O desenvolvimento que evoluiu-se na Europa, com a crise do sistema feudal, deu origem à uma nova mentalidade, associada às transformações socioeconômicas que se faziam sentir a partir dos séculos XII e XIII. Essa nova forma de pensar, sentir e agir contrapunha-se à velha ordem feudal, exercida pela nobreza e pelo clero, criando novas tendências que se assentavam no espírito no nascente do capitalismo burguês. Todos estes fatos são decorridos do Renascimento.
O humanismo abriu o caminho para o Renascimento, na medida em que valorizou o homem, renovando a cultura clássica e fornecendo ao renascentista seu espírito crítico e sua admiração pela Antiguidade. A origem do movimento renascentista ocorreu na Itália, que mantinha vivas as tradições da civilização romana, em virtude de seus monumentos e pela persistência de seus costumes e instituições. Além disso, o desenvolvimento dos comércios e das cidades transformou a Itália em uma região de poderosos mercadores, proprietários de enormes fortunas, que controlavam as cidades-Estado.
Renascimento – Características
O renascimento cultural surgiu em oposição à cultura teocêntrica medieval, caracterizando-se pelo antropocentrismo, que colocava o homem como o centro de todas as coisas; além disso, criou os ideais do individualismo burguês, em oposição ao coletivismo da Idade Média.
O estudo da cultura greco-romana permitiu o surgimento de um espírito racionalista, por meio do qual se demonstrava que todo o conhecimento poderia ser explicado pela razão e pela ciência, nagando-se a aceitar o misticismo ou fatos que não pudessem ser comprovados. Incentivou-se assim, o método experimental, que passou a ser utilizado em todas as áreas: Política, economia, sociedade e entre outros.
Desenvolveu-se também, o naturalismo, a partir do qual o homem passou a observar as forças naturais, negando qualquer idealização da realidade que não estivesse associada à natureza ou às suas leis, e o hedonismo, que buscava os prazeres mundanos.
Renascimento – O Humanismo
O humanismo é um dos aspectos mais importantes do Renascimento, traduzindo-se pelo estudo e imitação das formas greco-romanas, refletindo-se na “consciência do Renascimento”. Os humanistas opuseram-se à concepção teocêntrica, dando um novo impulso aos rumos do pensamento europeu, orientando a cultura em duas direções: O humanismo cristão, que aproveitava os grandes autores clássicos; e o pagão, que apesar de não ser destituído de ligação com o cristianismo, colocava que o homem era a medida de todas as coisas, só devendo se preocupar com problemas que pudessem ser resolvidos pelo próprio homem.
O maior centro humanista na Europa foi a Itália, encontrando-se os primeiros estudos em Dante Alighieri, que escreveu A Divina Comédia , satirizando os costumes da época e a Igreja Católica.
Renascimento – Fases
A morte de Boccaccio colocou fim ao primeiro período renascentista, denominado pelos italianos como Trecento, para designar o século XIV. Durante essa fase a renovação cultural restringiu-se à literatura, limitando-se à Península Itálica.
O período conhecido como Quattrocento, século XV, foi época dos estudos gregos, pois praticamente todos os representantes do período dominavam com destreza a língua grega para melhor compreender os tesouros helênicos. Foi durante esse período que chegaram de Constantinopla, estudiosos bizantinos, trazendo consigo muitos clássicos gregos, obras dramaturgos, historiadores e o principais filósofos foram colocados em contato com o Ocidente.
A última grande época foi o Cinquecento, que corresponde ao século XVI. Nessa fase, devido à ação fanática de Savonarola, Florença deixou de ser capital da cultura renascentista, assumindo Roma graças à ação do Papa Leão X, que transformou a cúria papal em uma verdadeira corte à altura do maior monarca europeu. Encontramos aí o apogeu da pintura, graças a atuação de Michelangelo, Rafael e Leonardo da Vinci.