O nome molusco vem do latim mollis (“mole”), característica do corpo desses animais, que geralmente é protegido por uma concha externa resistente, de composição calcária e orgânica, de um ou duas mais peças. Em alguns moluscos, a concha é apenas uma lâmina interna de função esquelética; em outros, ela não existe. Os moluscos são animais triblásticos, celomados, protostômios, de simetria bilateral e não segmentados. Segundo um plano básico de organização, o corpo dos moluscos tem três partes: cabeça, pé e massa visceral, esta última constituída pelos sistemas digestório, reprodutor, circulatório, respiratório e excretor. Essas são características de O que são os moluscos.
Os moluscos estão adaptados aos mais diferentes modos de vida. Assim, há moluscos rastejantes (caramujos), fixos (ostras, mariscos), bons nadadores (lulas e polvos) e até flutuantes (Nautilus sp.). Espécies terrestres são os caracóis e as lesmas, e em água doce vivem também muitas espécies de caramujos. Há ainda aqueles que vivem permanentemente enterrados, deixando para fora da areia apenas os sifões, e a saída da água (com gás carbônico, excretas e fezes.) Nesses vários ambientes, os moluscos têm grande importância nas cadeias alimentares, sendo detritívoros, consumidores de microrganismos, predadores de grandes presas (crustáceos, peixes e vermes) e herbívoros que se alimentam de algas ou folhas de plantas.
O que são os Moluscos – Classificação
O filo dos moluscos admite sete classes distintas. Estudaremos aqui apenas as três mais representativas.
Gastrópodes:
A classe dos gastrópodes inclui os moluscos que se locomovem com auxílio de um pé musculoso ventral, daí o nome da classe (do grego gaster = estômago, ventre; podos = pé). Em geral, os gastrópodes apresentam uma concha única, espiral, com uma câmara no interior da qual o corpo pode ser retraído para proteger-se de predadores; é o caso dos caramujos ou caracóis. As lemas, também incluídas nesta classe, não apresentam concha. Os gastrópodes têm uma região anterior bem diferenciada (“cabeça”), com os olhos e tentáculos com função sensorial. Os gastrópodes têm na boca uma espécie de lixa, a rádula, com milhares de dentículos, com a qual realizam a raspagem de superfícies ou a trituração do alimento.
Bivalves:
O nome dos bivalves está relacionado às conchas dessa categoria de moluscos, que são formadas por duas metades ou valvas. Essa classe, também conhecida por pelecípodes (“pé em forma de cunha” ou lamelibrânquios (em referência à forma de suas brânquias), inclui mariscos, mexilhões, vieiras, vôngoles, ostras e outros animais semelhantes. De modo geral, os bivalves não têm uma cabeça diferenciada, embora possam apresentar órgãos sensoriais em outros locais do seu corpo.
Entre os bivalves, há animais filtradores, isto é, que fazem passar a água através do corpo, afim de obter alimento. Para isso contam com um sifão, inalante e outro exalante, respectivamente para a entrada e saída de água. Essa corrente de água traz microrganismos do plâncton e gás oxigênio dissolvido, que é captado por difusão direta, pelas muitas e finíssimas lâminas branquiais.
As partículas de alimentos são impelidas para a boca pelo batimento ciliar, seguindo para o estômago, aglutinadas por muco. Aí elas são digeridas com auxílio do estilete cristalino, que vai se desgastando à medida que libera as enzimas que fazem parte da sua constituição.
Cefalópodes:
A classe dos cefalópodes (do grego Kephale = cabeça; podos = pé) inclui animais como polvos, lulas, sépias, e náutilos. Algumas espécies, como a dos náutilos, por exemplo, apresentam uma concha espiralada, formada por várias câmaras; no entanto, a maioria dos cefalópodes não possui conchas (caso dos polvos) ou apresenta uma concha reduzida situada no interior do corpo (a “pena” das lulas e das sépias).
Esses animais têm uma cabeça bem diferenciada, com olhos complexos, nadam muito bem e são capazes de reações rápidas e velozes. Sua natação é rápida, graças à expulsão de água por uma espécie de jato-propulsão, feita através de um sifão, que, em situações de perigo, também expele tinta, dificultando sua visualização por um predador, por exemplo. Um círculo de tentáculos rodeia a boca, na qual se encontra um bicho córneo; tal como os gastrópodes, também possuem uma rádula. Algumas espécies apresentam estiletes inoculadores de veneno e fortes mandíbulas preensoras.
As lulas os polvos e as sépias apresentam estruturas especializadas e estratégicas para capturar e digerir uma grande variedade de animais, desde vermes, crustáceos e outros invertebrados até pequenos peixes. Os cefalópodes podem ter cores de camuflagem, confundindo-se com rochas e outros seres do ambiente. Também são capazes de realizar bruscas mudanças de cor, determinadas por células pigmentadas especiais, os cromatóforos, que se contraem e se expandem por ação nervosa direta.