Após a Primeira Guerra Mundial, o governo da Itália teve de enfrentar o saldo doloroso dos conflitos: cerca de 700 mil mortos, 500 mil feridos e dívidas enormes contraídas com os bancos dos Estados Unidos e da Inglaterra. Além disso, a miséria, a inflação e o desemprego afetavam operários e camponeses, provocando grande agitação social. Foi nesse clima de instabilidade e de descontentamento social que se deu a ascensão de Benito Mussolini (1883 – 1945), considerado um dos fundadores do movimento fascista, sendo desenvolveu-se o Fascismo na Itália.
Filho de um ferreiro adepto dos ideais socialistas, Mussolini havia pertencido ao partido Socialista italiano, de onde foi expulso devido a suas posições antipacifistas nos anos da Primeira Guerra Mundial. Em março de 1919, fundou uma organização política denominada fasci di combattimento (esquadrões de combate), composta principalmente de ex-combatentes e desempregados desiludidos. Para isso, contou com o apoio financeiro de alguns industriais italianos. Essa organização daria origem, em novembro de 1921, ao Partido Nacional Fascista.
Mussolini e seus companheiros de partido apresentavam-se como a solução para a crise italiana. Afirmavam ser capazes de acabar com as greves operárias e a agitação dos socialistas e de encaminhar a economia do país ao crescimento. Daí o apoio ao movimento fascista dado ao por industriais e proprietários rurais, que acreditaram em suas promessas. Em 1922, Mussolini conquistaria o poder na Itália.
Fascismo na Itália – Fascínios Fascistas
Segundo o próprio Mussolini, em 1919, o movimento fascista não tinha uma doutrina claramente elaborada. Era impulsionado por uma vontade de ação de cunho nacionalista dirigida contra o liberalismo e o socialismo. Sendo também antiproletário, o movimento dos fascistas atraiu parcela das classes médias conservadoras e da alta burguesia.
Aos poucos, porém, os fascistas foram definindo suas concepções sobre o modelo de sociedade a ser construído. Nele, o indivíduo deveria ser submisso às necessidades do Estado, que se tornaria então, uma instituição poderosa, capaz de controlar, inclusive, a vida pública e a vida privada.
Fascismo na Itália – Governo Mussolini
Historiadores costumam dividir o governo de Benito Mussolini em dias fases, considerando dede sua ascensão ao poder (em 1922) até a eclosão da Segunda Guerra Mundial em (em 1939):
Primeira Fase (1922 – 1924): Marcada pela organização de milícias (tropas) fascistas, que promoveram uma série de atentados terroristas contra políticos de oposição. Outras características importantes dessas fase foram o nacionalismo extremado e a construção de um Estado autoritário.
Segunda fase (1925 – 1939): Caracterizada pela implantação da ditadura fascista na Itália e pela repressão violenta dos protestos dos trabalhadores. Mussolini tornou-se o chefe supremo do Estado, sendo conhecido como Duce (em italiano, “aquele que dirige”). Tribunais especiais assumiram a missão de defender o Estado. Dentre os instrumentos de repressão, dispunham da aplicação da pena de morte. O Estado podia intervir diretamente nas relações socioeconômicas, entre patrões e trabalhadores, por meio do código jurídico chamado Carta del Lavoro (Carta do Trabalho), de 1927.
O governo de Mussolini empenhou-se em impor à sociedade a doutrina fascista, por meio, principalmente, da educação pública. O ideal básico da educação fascista era conseguir a total obediência do indivíduo ao Estado. “Crer, obedecer e combater” era um dos lemas pedagógicos do fascismo.
À medida que o fascismo se firmou como regime, o governo ampliou o processo de transformação das instituições educacionais. Isso incluiu, por exemplo, a militarização da vida escolar e o lançamento, em 1929, de um livro didático único para elementares. Os militantes fascistas, criaram associações para jovens, que promoviam festas, competições esportivas e desfiles para militares. De acordo com o estudioso italiano Francisco Cambi, em todas essas ocasiões, o objetivo era exaltar o respeito as autoridades fascistas e sua doutrina social.
No plano externo, Mussolini conduziu a expansão colonial italiana na África. A Etiópia, invadida pelos italianos em outubro de 1935. Teve sua capital, Adis-Abeba, ocupada por tropas italianas em maior de 1936. Muitos dos governos dos países representados na Liga das Nações protestaram contra a invasão e, em represália, aprovaram sanções ás transações comercias da Itália. Isso, no entanto, não foi suficiente para deter o regime fascista. Todos esses fatos históricos fazem parte do Fascismo na Itália.
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