Situada nas encostas da cordilheira do Himalaia, a região da Caxemira constitui um dos focos de maior tensão geopolítica no Sul da Ásia, alvo de conflitos que se arrastam por mais de 60 anos. Desde que deixaram de ser colônia do Império Britânico, em 1947, Índia e Paquistão disputam a posse da região, que tem aproximadamente 220 mil quilômetros de extensão e abriga cerca de 12 milhões de pessoas. Logo após a retirada dos britânicos, indianos e paquistaneses entraram em guerra pela posse da região. O conflito terminou em 1948, quando o Paquistão ficou com um terço da Caxemira e a Índia dois terços. Todos estes fatos fazem partes dos Conflitos na Caxemira.
O Estado Islâmico do Paquistão, no entanto, passou a reivindicar a anexação total da região ao seu território, já que os muçulmanos compõe a grande parte da população caxemire. Além de não estar disposta a perder parte de seu território, a Índia ainda acusou o Paquistão de apoiar ações terroristas realizadas por grupos extremistas islâmicos favoráveis ao separatismo. O governo indiano reprime a ação de tais grupos para manter o controle sobre a região e também para evitar que uma eventual onda de movimentos separatistas se espalhe em certas regiões do país também habitadas por outras minorias étnicas, como a dos sikhs, que reivindicam autonomia sobre a província do Punjab.
Conflitos na Caxemira – Guerras
A disputa pela região já levou esses países a se enfrentarem em outras duas guerras, ocorridas em 1965 e 1971. Assim como os conflitos entre grupos islâmicos paquistaneses e grupos hindus indianos, essas guerras deixaram milhares de vítimas. A questão geopolítica na região tornou-se ainda mais complexa com o envolvimento da China, que, desde 1962, também se apossou da parte da Caxemira, após a guerra travada com os indianos. Assim, a disputa pela posse da Caxemira levou a uma crescente militarização na região, utilizada inclusive para justificar a corrida armamentista que levou o Paquistão e a Índia a desenvolverem armas nucleares, das quais a China já dispunha. A instabilidade política na região tem sido alvo de grande preocupação internacional, já que a eclosão de uma nova guerra entre esses países poderia ter consequências imprevisíveis.