Auguste Comte foi um dos pensadores do século XIX que mais influenciaram o pensamento social posterior. Desde cedo ele rompeu com a tradição familiar monarquista e católica, tornou-se republicano, adotando as ideias liberais, e passou a desenvolver uma atividade política e literária que lhe permitiu elaborar uma proposta para resolver os problemas da sociedade de sua época. Sua obra está permeada pelos acontecimentos da França pós-revolucionária. Defendendo sempre o espírito da Revolução Francesa de 1789 e criticando a restauração da monarquia, Auguste Comte se preocupou fundamentalmente com a relação entre a ordem social e a mudança ou progresso.
Para Comte, o progresso se fundamenta na qualidade e na quantidade de conhecimentos das sociedades. Com base nisso, ele afirmou que a humanidade percorreu três estágios no processo da evolução do conhecimento:
*Primeiro Estágio – Teológico. As pessoas atribuíram a entidades e forças sobrenaturais as responsabilidades pelos acontecimentos. Essas entidades podiam ser espíritos dos objetos, animais e plantas (fetichismo), vários deuses (politeísmo) ou um deus único e onipotente (monoteísmo).
*Segundo Estágio – Metafísico. Nesse estágio, as entidades sobrenaturais foram substituídas por ideias e causas abstratas e, portanto, racionais. Seria o momento da Filosofia.
*Terceiro Estágio – Positivo. Correspondeu à era da ciência e da industrialização, na qual se invocaram leis com base na observação empírica, na comparação e na experiência. Seria o momento da Sociologia.
Auguste Comte – Teorias
Em termos sociológicos, Comte dividiu seus sistema em dois campos: o da estática (ordem) e o da dinâmica (progresso). Ao estabelecer a relação entre ambos, destacou a ideia de que toda mudança deveria estar condicionada ela manutenção da ordem social. Nesse sentido, sua posição era conservadores, pois admitia a mudança (progresso), mas limitava-se as circunstâncias que não alterassem profundamente a situação vigente (ordem). A expressão que pode resumir bem -e: “nem restauração nem revolução”, isto é, não devemos voltar à situação feudal nem almejar uma sociedade diferente da que vivemos.
Para os brasileiros, a relação entre etática e dinâmica social proposta por Comte é muito clara, pois, desde a instauração da República, assumiu-se no país o lema positivista “ordem e progresso“, que norteia as ações dos que dominam a sociedade brasileira.
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